quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O fenómeno do trânsito da Ponte 25 de Abril


Após ler um post de um blog de uma amiga sobre este assunto, lembrei-me da minha teoria de longa data.
Há para aí diversas teorias que eu acho terem influência sobre o facto, quase todas estão referenciadas no dito post, mas para mim o que mais provoca as horas de ponta em geral e em particular na ponte 25 de Abril, são a Função Pública.
Calma, não são os funcionários públicos, mas sim os horários de funcionamento dos estabelecimentos publicos, que têm aquela hora fixa de trabaho 8h - 17h.
Já alguém pensou que se os horários de entrada e consequentemente de saída fossem desfasados por uma hora por exemplo, iria beneficiar não só o trânsito, pois em vez de sairem de casa todos à mesma hora, a grande parte das pessoas que vão trabalhar sairiam entre as 7h e as 11h, por exemplo e não saiam todos às 7h provocando o caos no trânsito e posterior congestionamento na saída às 17h.
Com esta medida as pessoas teriam turnos, por exemplo 8h-17h / 9h-18h / 10h-19h / 11h-20h. Teriamos diversas vantagens com esta situação, o trânsito fluiria melhor, pois não saíam as pessoas todas à mesma hora para o trabalho e teriamos estabelecimentos publicos com um horario mais alargado de trabalho e assim as pessoas também iriam beneficiar pois podiam adequar ao seu proprio horario a ida ao mesmos serviços, não os sobrecarregando às mesmas horas. Com esta medida as pessoas também faltariam menos ao trabalho para irem às finanças por exemplo, pois estariam abertas antes ou depois de irem trabalhar.
Acho que seria uma medida boa para as pessoas, não para todas é óbvio, há muita gente está habituada a trabalhar naquele horário especifico, que já não se vêem noutro, mas eu como sempre fui habituado a trabalhar nos mais diversos tipos de horário, é apenas uma questão de reahabituação. Iriam beneficiar em diversos aspectos, um dos quais, seria ganharem 1 a 2 horas por dia, em vez de estarem parados no trânsito, a saude mental também iria ser beneficiada pela espera e nervosismo daí decorrente, logo uma melhoria da qualidade de vida.
Acho que seria uma boa medida para o governo adoptar... teriam a ganhar também, as pessoas faltariam menos, chegavam menos vezes atrasadas (não sei se há algum estudo sobre isso mas devem chegar todos dias milhares de pessoas atrasadas ao trabalho e não acredito que saiam fora de horas) e andariam um pouco mais bem humoradas, pois a qualidade de vida iriam melhorar neste aspecto, pelo menos!



sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Diário de uma entrevista de emprego na Suiça

10/10/2012 - 09:05
Aeroporto de Lisboa

Levanto voo para a Suiça numa viagem-relâmpago ao CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear) que fica em Meyrin, a poucos quilómetros de Genebra, para uma entrevista de trabalho na minha área, a edição de vídeo.
O voo correu bem, mas para mim viagens com mais de uma hora de duração são uma grande seca.
Chegado ao aeroporto de Genebra, esperava-me o meu amigo Carlos, fomos almoçar ao restaurante da Letícia, uma simpática espanhola, onde o seu marido é o chefe e que bem se come lá. Depois demos uma volta pela cidade visitamos os seus filhos e meus amigos, Luis em sua casa e Pedro no posto dos ctt onde é gerente. Fomos ver o caminho para o CERN para no dia seguinte irmos lá directos e não perdermos tempo.
À noite já com Maria em casa, a mulher do Carlos jantamos 'Raquelette', um prato típico Suíço, bom para os dias de frio, o que não estava, mas comemos na mesma. É fundamentalmente queijo derretido e colocamos por cima de batata cozida com casca e posteriormente esmigalhada no prato. Acompanhamos com salada de rúcula e presunto. Um vinho branco a acompanhar.
Bom comer e boa companhia. Após isso bebemos um café e uma ginja enquanto vimos um pouco de tv antes de ir para a cama.

11/10/2012 - 06:30

Genebra

Alvorada para o dia importante da estadia. Depois da higiene e banho tomados, uma cafezinho e lá fomos a caminho de Meyrin. 20 minutos depois estávamos à porta da recepção, edifício 33. Esperei um pouco até que abrisse às 08:00 e dirigi-me ao balcão para a credenciação necessária.
O que chama mais a atenção é a organização das pessoas do recrutamento que me contactaram e estiveram envolvidas. Tive a viagem paga e outras despesas que tivesse, tipo hotel, o qual dispensei por ficar em casa de amigos. Também de destacar a forma como fomos recebidos, muito simpáticas todas as pessoas. Uma palavra apenas, profissionalismo.
Soube na altura que m vez de 4 concorrentes ao posto de editor de vídeo a que concorria, afinal éramos 5. Dois franceses, uma austríaco, uma espanhola a viver na Republica Checa e eu, claro.
Anna Cook, directora de recursos humanos entrou na sala de espera e explicou-nos como iria decorrer o dia.
Satisfação do dia, Anna dá-nos os parabéns, pois somos os 5 finalistas de uma selecção que envolveu 600 pessoas. Destacou os vídeos que enviàmos na fase anterior, diz que se divertiram imenso ao vê-los e que adoraram.
Depois, deu-nos o horário das entrevistas perante o júri de selecção e disse que enquanto os outros estavam na entrevista podíamos visitar as exposições.
Olho para a lista e vejo que sou o 2º, "porreiro" digo para mim mesmo, despacho isto cedo e não e tenho de esperar muito pela minha vez e com isso ficar com ansiedade e aumentar o nervosismo. Antes fizemos um teste teórico durante 20 minutos, o qual pensei ser prático, mas não foi e era bastante exigente, mas acho que não correu muito mal.

09:00

É chamada para a entrevista Naomi, a espanhola, eu era o seguinte. Resolvi esperar na sala os longos 40-45 minutos que esta demorava, enquanto os outros foram visitar as exposições.

09:45

Chegou a minha vez. Anna Cook vem buscar-me e encaminha-me à sala onde ia decorrer a entrevista e já tinha a minha apresentação que eu tinha enviado adiantadamente por e-mail. Foi quando ela me apresenta o painel de selecção que me deparo que em vez dos 3 elementos, que me tinham falado quando me seleccionaram para a entrevista, eram afinal 6 os elementos do júri. Anna Cook, representante do recrutamento, o chefe do departamento de audiovisuais para o qual concorri, o director de comunicação do CERN, uma representante dos recursos humanos, um representante de outra área do CERN e uma convidada especial, uma economista, representante do Fundo Social Europeu.
Fiquei um pouco alarmado por ver tanta gente mas lá fiz a apresentação e após isso respondi a uma bateria de perguntas que demorou uns longos 45 minutos. No final acho que correu bem, apesar de ter ficado com a sensação de que podia ter corrido melhor.

10:30

Saí, dei o meu lugar a outro dos candidatos e fui desanuviar para a exposição do microcosmos e depois para o Globo à entrada do CERN. Bastante boas ambas as exposições sobre as investigações que decorreram e ainda decorrem lá.

13:15

Chegou a hora do almoço convívio. Candidatos e juri, todos almoçámos juntos. Foi agradável saber que Anna Cook adorou as imagens do meu video, em que parte retratavam Lisboa e segundo a qual rconheceu imediatamente, pois tinha estado em visita à capital portuguesa poucos dias antes.
Também troquei algumas palavras com o director de comunicação, pois está envolvido na organização do TEDx CERN, que vai decorrer em 2013, porque eu já estive envolvido e trabalhei em dois eventos TEDx em Portugal em 2010, Lisboa e Portimão.

14:00

Após o almoço fomos visitar o departamento audiovisual que será o local de trabalho de um de nós, instalações muito bem apetrechadas com 8 camaras HD, charriot, steadycam, 6 ilhas de edição Final Cut Pro e software Adobe para grafismos, cabine de sonorização, um excelente estudio com regie Tricaster HD, boa iluminação e com parede com pano preto e outro em verde croma.

15:30

Terminou a visita. Despedi-me dos outros candidatos e apanho o "Tram" 14 para Genebra. O tram é o "nosso" metropolitano de superfície. Em cerca de 20 minutos estou na baixa de Genebra onde fui com a Maria comprar uns chocolates para trazer para Portugal. Fomos ainda dar um passeio junto ao lago e tirei umas fotos com o Geiser de Genebra e o lago como pano de fundo. Fomos andando a caminho de casa, pelo meio paramos no "Pub de la Press", para bebermos um Martini Blanco na esplanada, pois estava um tempo bastante agradável, cerca de 20 graus e bastante sol. Após 2 Martinis cada um fomos para casa.

19:00

O jantar decorreu no local do almoço de 4a feira, no restaurante de Letícia (não me recordo o nome do restaurante). Pedro e Luís, filhos de Carlos e Maria, bem como as respectivas companheiras também foram jantar connosco. Comi uns bifes de veado com massa de esparguete e os restantes também comeram pratos relacionados com caça grossa, pois estamos no mês que os restaurantes podem servir estes pratos na Suiça. O dito jantar foi regado com 2 garrafas de tinto espanhol de Rioja, muito bom também. Após o jantar regressamos a casa e ainda bebemos uma ginja antes de ir dormir.

12/10/2012

05:00

Alvorada para o regresso a Portugal. Levantar, fazer a higiene e pusemo-nos a caminho do Aeroporto. às 6:00 estava no aeroporto e às 6:55 já estava a levantar voo com destino a Lisboa. Cheguei às 8:40 pus-me no Metro a caminho da Praça de Espanha e depois um autocarro trouxe-me até à Costa de Caparica. Cheguei a casa por volta das 10h15.


Conclusão: Estou deveras satisfeito com toda esta experiência, com um sentimento de dever cumprido. Agora aguardo pela decisão sobre qual dos 5 entrevistados fica com o trabalho. Fica já à partida o prémio de consolação por figurar entre os melhores 5 entre 600 que concorreram a este prestigiado local de trabalho, por poder trabalhar no mais reputado Instituto que estuda a física, onde foi desenvolvida a www em 1989 e onde se tenta descobrir o início do universo com o famoso LHC.


quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Emigrar? Ou emigrar!

Depois de alguns dias de ausência forçada estou de regresso.
Já há alguns anos que pensei emigrar, mas como não tenho grande espírito aventureiro e até aqui tive alguma estabilidade laboral, mantive-me quietinho no meu canto. E não foi porque o Miguel Relvas ou o Passos Coelho nos mandem emigrar, porque sou da ideia que se não há condições no nosso país para nos mantermos devemos procurar por melhor lá fora, não preciso que me mandem embora.
Não viajei muito mas o que conheci de alguns locais, especialmente Genebra, na Suiça, fiquei com a ideia de que por mais que adore o meu país, por tudo de bom que cá há e são bastantes coisas, a situação económica de Portugal nunca foi a melhor e dificilmente vai ser. Vivemos num país em que os governantes querem equiparar-nos em toda a linha com a europa e com os países mais desenvolvidos, excepto nos salários, que continuam baixos. Estamos na média europeia em tudo o que seja gastos (preço dos combustíveis, água, electricidade, tv por cabo, alimentação, carros, casas, etc) enquanto os salários são dos mais baixos da europa e com tendência a diminuir, por incrivel que pareça. Não é possível a economia dum país crescer, enquanto os seus habitantes vêem o seu poder de comprar ser reduzido sistemáticamente.
Por isso, a ideia de emigrar sempre esteve no meu consciente, mas para uma situação controlada, candidatar-me a um emprego no estrangeiro, principalmente onde pudesse falar inglês, por não "pesco" nada de alemão e o meu francês é muito rudimentar e esperar ser seleccionado para o mesmo. Porque ir para piores condições, longe da família e para um habitat desconhecido, acho melhor continuar por cá.
Surgiu agora a oportunidade, tenho estado em fase de candidatura, passei a 1ª e tive de apresentar uns trabalhos e fazer um video de apresentação para passar à seguinte.
Agora é aguardar pelo fim do mês por resposta... que ainda não deve ser definitiva, mas passo a passo espero garantir este emprego. Melhores condições, melhor ordenado, país muito desenvolvido e bastante importante, tenho amigos lá, que é uma garantia de segurança e apoio.

sábado, 8 de setembro de 2012

Game over

Depois de ouvir o discurso de Passos Coelho, da troca de ideias no Facebook com alguns amigos, de ouvir alguns comentadores económicos, de ler alguns artigos, penso mais um pouco sobre o assunto e vejo que no meu ponto de vista o anúncio de ontem ainda pode ser pior do que pensei inicialmente.


Teoricamente até se pode pensar que podia ser uma medida menos má devido ao facto de as empresas poderem usar o bónus de 5,75% na TSU (Taxa Social Única) para promover o emprego e até aumentar o ordenado de alguns trabalhadores que ganhem menos, mas o que na pratica se vai verificar é:

1º - As empresas vão usar esse dinheiro para primeiro pagar as suas dívidas (as que estão em pior estado) até podem não despedir ninguém, mas não vão criar emprego, vão apenas ajudar a que não desça mais ainda.

2º - As que estão em melhores condições mesmo que usem parte do dinheiro para criar emprego, vamos ver se alguém vai aceitar. Quem vai sair do fundo de desemprego para ir ganhar menos - primeiro porque as empresas vão sempre querer pagar menos que os ordenados que existem actualmente e depois porque vão pagar mais de TSU - fora as despesas que se têm com o emprego, deslocação e tempo perdido na mesma, refeições fora, stress, por aí.
Mesmo que as empresas usem a parte da TSU para aumentar alguns empregados nunca vai ajudar a compensar o pagamento de mais 7% de TSU (é um aumento de 33,25€ num ordenado mínimo) por exemplo quem tenha de pagar passe deixa de ter dinheiro para isso). qual vai ser a empresa que vai aumentar um ordenado minimo em 33 euros, um aumento de 7%, até porque só vão ter um beneficio de 5,75%, logo ficavam elas a perder, mesmo que ajudem um pouco, os trabalhadores vão ficar a perder muito.

3º - As empresas vão pura e simplesmente aproveitar os tal benefício do governo em TSU para aumentar os lucros e penso que vão ser a maior parte das empresas.

4º - Se as pessoas vão ter menos poder de compra como vão poder comprar mais para que a economia portuguesa sobreviva desta crise? Menos dinheiro, significa menos gastos, logo as empresas vão também vão vender menos, logo é um ciclo vicioso. Não resolve nada. 

Concluindo, é uma medida trágica que prevejo a longo prazo também seja o fim dos subsidios de Férias e de Natal, já que o governo anunciou que um dos benefícios que vai ser reposto vai ser diluido no ordenado dos funcionários públicos, a seguir as empresas irão tomar a mesma medida, mas como o governo não tem controlo no privado, estas não vão diluir no salário e sim deixar simplesmente de pagar. Mais um bónus para as empresas e os trabalhadores privados que desde já perdem um ordenado, estão em vistas de perder 3 nos próximos anos.

Temos um governo de teóricos que nunca precisou de gerir um orçamento realista em sua casa (sempre tiveram dinheiro de sobra), porque se alguma vez tivessem passado por dificuldades, saberiam que as medidas que estão a aplicar são contrárias ao que se deseja. Precisamos de crescimento económico, logo o contrário que se faz agora. É necessário dar mais dinheiro às pessoas para poderem gastar e logo as empresas produzirem mais. É assim que estimula a economia, não o contrário.

PS.: Mais uma coisa que acho ser relevante. Se este aumento é de uma taxa supostamente social, quando os trabalhadores precisarem de qualquer beneficio social, seja subsidio de desemprego, abonos de familia ou a reforma (quem tiver direito a ela, pois eu tenho a certeza que nunca irei gozar do dinheiro da reforma que estou a descontar pois quando lá chegar já o "enterraram" todo) vamos ter também o aumento do mesmo???? Fica a pergunta ao Dr. Passos Coelho.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Lisboa 19H15

Lisboa 19h15

Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro, anuncia novas medidas que se pensam ser de austeridade.
Não sei o que esta gente quando chega ao governo vê por lá, nos documentos, relatórios, análises, que se põe a tomar medidas que em vez de melhorarem só pioram. Quando estão na oposição, criticam estas medidas, quando lá chegam, dizem que são inevitáveis.
Acho que não é necessário ser um economista reconhecido para ver que nos ultimos anos os impostos têm vindo a aumentar e que o resultado é..... a receita dos mesmos por parte do estado a diminuir. Basta analisar o IRS, IRC, IVA, Imposto sobre combustiveis, imposto sobre o tabaco, imposto sobre o alcoól e imposto automóvel.
A regra não é tão simples como aumentamos os impostos logo vamos obter mais receita. Pois basta ter 2 dedos de testa para perceber que se aumentam, as pessoas vão tentar arranjar forma de diminuir as suas despesas também e por sua vez diminuir a receita do estado, por outro lado também haverá mais evasão fiscal e a maior está nas grandes fortunas que o podem fazer por terem mais meios para tal (Paraísos fiscais, off-shores).
Há que ser bem mais criativo e fazer muito melhor as contas.
Quanto ao anúncio em si, vamos esperar para ver... mas não prevejo nada de bom!
E o povo já está farto de lhe irem ao bolso.


quinta-feira, 6 de setembro de 2012

O início

Et voilá!

A pedido de imensas famílias (1 pessoa para ser mais exacto), aqui estou eu a começar um blog.

Não tenho uma motivação concreta ou assunto específico para escrever, para já apenas pensamentos soltos, actualidades a criticar, entre outras coisas que ache por bem publicar.

Espero ser assíduo, deixar de ser preguiçoso e dar largas à imaginação. Gosto de ler, de estar informado, mas nunca me passou pela ideia escrever. Sempre achei não ter jeito. Vamos ver no que isto vai dar.

De quem me seguir espero criticas sobre o que escrevo, apesar de escrever essencialmente para mim.